segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Obrigado, simples assim.



Olá pessoas. Hoje temos um post estruturalmente destoante, quem sabe em virtude do final de ano. Porém não falarei em "final de ano" nesse post, pois, minhas ideias a respeito do tema não mudaram muito desde o ultimo post de "final de ano" (Translação versus Mudanças) que pode ser conferido aí nos arquivos do blog.
O post é diferente por que eu não vou falar sobre apologia ou sobre qualquer outro assunto que costumo tratar por aqui. Hoje eu quero apenas agradecer as pessoas que lêem. Certamente vocês me permitem compartilhar idéias que, se ficassem apenas na minha cabeça não serviriam para absolutamente nada.
A atenção de vocês é realmente muito gratificante.

Que Deus abençoe a todos nós. E mais uma vez, muito obrigado por ler.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A man fell in a hole


Olá leitor! Hoje pensaremos utilizando uma experiência que tive na época da minha graduação e para finalizar vamos ver um vídeo que me emocionou bastante por sua perspicácia e inteligência.

Certa vez uma colega de faculdade me fez o seguinte questionamento seguido de perguntas:

"Ora! Vocês (cristãos) são muito egoístas! Como podem sair por aí dizendo que 'Só Jesus Cristo Salva'?! Porque a religião de vocês está certa e a dos outros não?! Como você pode ter certeza de que esta certo?!"

Apesar das várias perguntas resolvi condensar tudo em uma única resposta, que na verdade é muito mais simples do que imaginamos. Então eu disse:

"Só Jesus Cristo Salva pelo simples fato de somente Ele ter se oferecido para fazê-lo."

É. Exatamente isso. Vasculhe as religiões do mundo. Alias não perca tempo fazendo isso, caso você confie em mim, por que eu fiz isso e cheguei a espantosa conclusão de que o conceito de "Graça" diferencia o Cristianismo de TODAS as outras religiões do mundo¹. Ou seja, no Cristianismo é Deus que toma a iniciativa, é Deus quem busca o homem. Nas outras religiões do mundo, invariavelmente, e sem sucesso, o homem busca a divindade ou o status dela.

Ratificando essa conclusão temos a frase de Karl Barth, o homem a quem os filósofos aprenderam a respeitar como teólogo:

"Jesus, ao contrario do que os outros professores de religião fazem, não da receitas que mostram o modo de se chegar a Deus. Ele é o modo por si mesmo." - Karl Barth

E então "presto!": Aí esta o motivo pelo qual Só Jesus Cristo salva, pelo simples motivo de somente Ele ter se oferecido para a tarefa, ate porque só Ele tem o poder para se oferecer para tal tarefa.

Por fim, clique no link abaixo e
assista o seguinte vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=0znS-mcEx6Y

Pra dizer a verdade, o post poderia ter sido apenas este vídeo, mas achei interessante compartilhar essa experiência com o amigo leitor.

Mais uma vez obrigado por ler as Argumentações do Brejeiro!
Aguardo os comentários!



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1. Depois fiquei sabendo que C.S. Lewis havia chegado a essa mesma conclusão antes dos meus pais nascerem (risos).

domingo, 23 de novembro de 2008

Os Cinco Argumentos do Tomismo


Tomas de Aquino (1226-1274) nasceu em Nápoles, sul da Itáia. é considerado um dos maiores filósofos e apologetas da história. Sua filosofia, o Tomismo, sempre teve objetivos claros: comprovar a logicidade da fé cristã. Assim, Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélco em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Aquino não apenas utilizou a filosofia de Aristóteles a serviço da fé, mas ao faze-lo criou também uma síntese filosófica original.
Nesse post quero compartilhar as cinco provas da existência de Deus, segundo Tomás de Aquino. Elas seguem abaixo:

1. o primeiro motor - tudo aquilo que se move é movido por outro ser¹. Por sua vez, este outro ser, para que se mova, necessita também que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos num processo indefinido. Logo, conclui Tomás de Aquino, é necessário chegar a um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus.

2. a causa eficiente - todas as coisas existentes no mundo não possuem em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser consideradas efeitos de alguma causa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos. Essa causa primeira é Deus.

3. ser necessário e ser contingente - este argumento é uma variante do segundo. Afirma que todo ser contingente², do mesmo modo que existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de ser, entao, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já exista. É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa da sia existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus.

4. os graus de perfeição - em relação à qualidade de todas as coisas existentes, pode-se afirmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim,afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa, ou mais verdadeira etc. Ora, se uma coisa possui "mais" ou "menos" determinada qualidade positiva, isso supõe que deve³ existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição. Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portato um ser máximo e pleno. Esse ser é Deus.

5. a finalidade do ser - todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir , então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus.

No meio filosófico há muita gente que diz já ter refutado logicamente os argumentos de Tomás de Aquino. Eu particularmente nunca achei alguém que conseguisse me convencer de que os argumentos não são corretos. Principalmente 2, 3 e 5. O meu favorito é o três.
Obrigado por ler e aguardo comentários!
Abraços!

Referências Bibliográficas
Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas.



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1.Ao tratar de filosofia, desvencilhe da sua mente a associação que correntemente fazemos entre "Ser" e "Algo vivo". Resumidamente, em Filosofia, "Ser" é uma unidade de existente.

2. Todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes, isto é, não possuem, em si próprios, a causa eficiente de suas existências. Portanto, para existir, o ser contingente depende de outro ser que representa a sua causa eficiente, chamado de ser necessário.

3. "deve" aqui não conota o sentido de "possivelmente" ou "provavelmente", como é de costume uso no "goianês", e sim tem um sentido imperativo.

domingo, 9 de novembro de 2008

Apologia da Apologética





I Pedro 3:14-16 “Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amendontreis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e teor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo”

A palavra Apologia é transliterada do grego e significa literalmente “defesa”. A apologética é a ciência ou disciplina que se esforça por apresentar a defesa da fé religiosa, existindo dentro e fora da Igreja cristã. Presumivelmente, a apologética aborda questões defendidas por alguma fé religiosa específica, como o cristianismo, mas que são negadas pelos incrédulos. No uso comum, a palavra é usualmente empregada para definir a defesa do cristianismo. A apologética tenta elaborar e defender uma visão cristã de Deus, da alma e do mundo, uma visão apoiada por raciocínios reputados capazes de convencer os não-cristãos da veracidade das doutrinas envolvidas. Trata-se também de um esforço para antecipar possíveis pontos de ataque, defendendo as doutrinas cristãs contra tais ataques.
Assim sendo o tema da nossa fala é um jogo de palavras “Defesa da defesa”, pois, nosso objetivo hoje é convencer o máximo de pessoas possível da necessidade eminente de se saber defender a fé que se professa.
Antes de tudo acho necessário mostrar a vocês que todo cristão verdadeiro é um apologeta, mesmo que não o saiba, ou, como veremos mais a frente, que não o queira ser . Qualquer pessoa que professa uma fé religiosa esta fazendo apologia dessa fé, ninguém em sã consciência defende algo no qual não acredita de fato, ou que pelo menos não concorde em partes. Dessa forma o que existe no mundo do cristianismo são apologetas despreparados e apologetas preparados. O que você deve entender é que esse é um embate do qual não há formas de escapar caso você queira ser verdadeiramente sal e luz nesse mundo. Vamos então a uma breve analise daquilo que este destacado no texto bíblico:

I - A palavra de Deus nos orienta a não nos amedrontarmos com as ameaças, nem ficarmos alarmados quando pessoas nos questionarmos a respeito daquilo em que cremos. Daí vem o seguinte questionamento: como não ficar alarmado e amedrontado com as perguntas que os incrédulos fazem se você de fato não possui argumentos que defendam as suas crenças?!? Segue logicamente que para cumprir esta exortação bíblica estudar é necessário.

II – Estando sempre preparado para responder TODO aquele que pedir RAZÃO da esperança que há em voz. Nesse trecho quero dar atenção a duas palavras, todo e razão. Devemos estar preparados para responder qualquer pessoa! O texto diz “todo aquele”, nosso testemunho dever ser o mais amplo possível. A segunda palavra é interessantíssima: razão. Veja, Pedro esta dizendo que você deve apresentar motivos da ordem do seu intelecto, argumentos que solidifiquem a sua esperança. Dizer a um não-crente que Jesus é bom, sem saber explicar o porquê de Jesus ser bom não vai adiantar nada caso essa pessoa tenha um grau mínimo de sendo crítico! Agora, caso você consiga versar com eloqüência sobre o plano da salvação aquela pessoa, caso não aceite a mensagem em seu coração, passará a te respeitar. Este é o assunto do terceiro destaque no texto.

III – Com boa consciência. Esta palavra no mundo antigo pode ser empregada em um sentido que é pouco utilizada hoje o qual temos acesso através de uma analise simples de radicais: com ciência. Ou seja, Pedro quer dizer que o cristão deve ter ciência daquilo que esta falando! Ele deve ter real conhecimento dos argumentos que esta utilizando, caso contrário será ridicularizado naquilo que crê. Crer é um verbo transitivo direto, quem crê, crê em alguma coisa. Se o seu conhecimento acerca do que você crê é pífio, infelizmente sua crença é pífia. Digo isso não somente em questões apologéticas, mas em questões emocionais e místicas o seu relacionamento com Deus também é afetado diretamente por aquilo que você conhece acerca dEle.

IV – Devo confessar que o quarto ponto que quero destacar é um dos meus preferidos. Um dos objetivos da apologia é envergonhar aqueles que difamam nosso proceder em Cristo. Note que isso deve ser feito para a glória das verdades bíblicas e não para nosso deleite pessoal. Todas as vezes que o doutor William Laine Craig vence um cientificista ateu em um debate filosófico essa pessoa é envergonhada em público, pois, tem seus argumentos contrários a palavra de Deus refutado por alguém capacitado para tal. Você pode ter certeza que tal incrédulo não se converterá depois da discussão e pode ate achar que isso será um desgaste e uma perda de tempo mas eu quero te lembrar que todas as vezes que você vence um embate retórico contra um descrente há pessoas assistindo e essas pessoas terão a oportunidade de perceber que aquelas idéias defendidas pelo descrente não são verdadeiras e terão uma chance de aprender o caminho correto. Se você se abstém da discussão por que o descrente é seu amigo ou mesmo por que não esta preparado para tal tenha consciência de que nesse momento você esta perdendo uma oportunidade de testemunhar e defender a palavra de Deus. Note que o discernimento é fundamental aqui, não estou incentivando ninguém a ser um inconveniente causador de polêmicas, todos devem ter a sagacidade de saber a hora correta de engajar em um embate apologético. Infelizmente o que ocorre é que perdemos constantemente oportunidades dadas por Deus de sairmos em defesa intelectual de sua palavra.

O mais triste hoje em dia é vermos pessoas que se dizem cristãs evangélicas negarem a apologia. Elas afirmam que a apologia é uma muleta para intelectuais que não se curvaram ainda diante da dependência de Deus e ainda completam seu argumento pueril dizendo que nada além da fé é necessário para se conhecer a Deus. Em nosso ponto de vista este tipo de pensamento vem se alastrando no meio evangélico, principalmente por dois motivos:
O primeiro diz respeito a constante busca por experiências místicas no meio evangélico de nossos dias. Infelizmente hoje dizer que se descobriu algo importante lendo a bíblia não tem mérito algum ao passo que dizer que um anjo o visitou em sonho e o revelou algo rende badalação e uma espalhafatosa aparição no “culto” de domingo perante uma platéia lotada. Dessa forma, o meio evangélico vem perdendo credibilidade a uma velocidade alarmante a tal ponto que quando chegamos a uma universidade, por exemplo, temos que primeiramente nos desfazer da má fama que vem sido imputada aos evangélicos para só então depois ganhar a confiança das pessoas e poder prega-las o verdadeiro evangelho. Quanto a este aspecto vale sempre citar Martinho Lutero que disse a seguinte frase: “Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir."
O segundo motivo pelo qual pensamos ser responsável pela apologia estar em baixa no meio evangélico contemporâneo é o fato de que a maioria esmagadora das igrejas não-históricas não disporem de um sistema de ensino bíblico eficiente e coerente como a Escola Bíblica Dominical, por exemplo. Pautados então na ignorância a respeito da palavra de Deus estas pessoas preferem dar credito a conhecimentos inatos, revelados ou “profetizados” justamente por não possuírem uma oportunidade real de conhecer a palavra de Deus, que esta perfeitamente revelada nas escrituras. Como alguém que mal conhece o básico das escrituras dará valor a uma disciplina que pretende defender os mais complexos conceitos do cristianismo? Assim essas pessoas preferem ridicularizar nossos esforços para compreender, ensinar e defender o conhecimento bíblico sempre se utilizando de chacotas infantis como “Isso ae não salva a alma de ninguém!” ou mesmo “O evangelho é simples vocês é que o complicam” além é claro da clássica “Lá vem os batistas!”. Concordo plenamente que a mensagem salvadora da cruz é simples de se aceitar, ela esta divinamente apresentada em linguagem mítica e graças a isso pode ser facilmente compreendida por toda a humanidade, porém, qualquer pessoa que diga que a doutrina paulina da ressurreição dos mortos é algo simples esta sendo no mínimo soberba!

Concluindo, caso os argumentos tenha te convencido, agora você sabe que todo cristão é em dada medida um apologeta. O que não dá pra você discordar é do fato da própria bíblia exigir isso de você como cristão verdadeiro. Sabendo disso eu quero te conclamar a fazer uma escolha: você pode ser um mal apologeta ou um bom apologeta, você pode ser um cristão que sabe no que crê ou um cristão que de fato apenas sabe que vai pro céu e esta totalmente satisfeito com isso. O direito de escolha é só seu. Ninguém poderá forçá-lo a aprender sobre os argumentos que defendem a fé cristã. O que acontece é que de agora em diante você sabe que isso é um mandamento bíblico e sabe o quanto isso é importante. Portanto tome uma atitude hoje mesmo, estude a bíblia com mais afinco, procure o seu pastor ou pessoa que possa te ajudar a crescer no conhecimento da bíblia e a ter bases sólidas para fundamentar aquilo que você crê.
Em uma próxima oportunidade gostaria de compartilhar com você alguns dos principais argumentos lógicos, filosóficos e ate mesmo científicos que comprovam com a razão aquilo em que já cremos pela fé. Como diz o título de um dos livros de Karl Barth “A fé verdadeira esta sempre em busca de compreensão.”

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

"Do you want to believe in the living Christ?"



"Do you want to believe in the living Christ?" says Barth. "We may believe in him only if we believe in his corporeal resurrection. This is the content of the New Testament. We are always free to reject it, but not to modify it, nor to pretend that the New Testament tells something else. We may accept or refuse the message, but we may not change it." - Karl Barth

"Você quer acreditar no Cristo vivo? diz Barth. "Nós só podemos acreditar nEle se nós acreditarmos em Sua ressurreição corpórea. Este é o conteúdo do Novo Testamento. Nós sempre somos livres para rejeitar isto, mas não para modificar isto, nem fingir que o Novo Testamento conta qualquer outra coisa. Nós podemos aceitar ou podemos recusar a mensagem, mas nós não podemos mudar isto." - Karl Barth

Karl Barth, na minha opinião, foi, ao lado de C. S. Lewis, um dos maiores teólogos do século XX. Esse suíço tem uma história de vida muito interessante e deveras edificante. Barth, filho de pastor protestante, logo jovem já ingressou em uma faculdade Teológica para seguir os passos do pai. No entanto, Barth iniciou sua vida academico-teológica em uma universidade onde predominava a Teologia Liberal.

A Teologia Liberal é um ramo controverso onde as escrituras sagradas são interpretadas de maneiras as mais variadas imaginadas, sempre regadas à todo tipo de aparato filosófico e principalmente existencialista. A maioria dos teólogos liberais não crê de fato nos milagres nem nos aspectos sobrenaturais da bíblia e os interpretam de modo a transformá-los em lições de moral e honra ao invés de manifestações literais do poder de Deus. Essa perspectiva de interpretação bíblica surgiu na era Moderna juntamente com o Iluminismo e toda tentativa do ser humano de enquadrar tudo o que existe na "tal da racionalidade".

Aí você esta a pensar: "Mas Raul, pelo que eu li na frase do Barth, ele parece estar contra a Teologia Liberal!!" - Sim, ele esta. Graças a Deus, este homem tornou-se o que chamamos de Neo-ortodoxo.

Karl Barth e outros teólogos, dos quais falaremos em outros posts, perceberam algo de suma importância em suas experiencias pastorais. Os emaranhados filósofico-psicologicos-teológicos que eles aprenderam nas universidades pelas quais passaram de nada adiantavam em sua lida com suas "ovelhas".

Na famosa "hora da verdade" existencialismo filosófico e demitologização da bíblia de nada adiantavam para confortar pessoas. E mais grave ainda, Barth percebeu que estas interpretações racionalizantes do texto bíblico afastavam as pessoas do que realmente era a mensagem da bíblia: Jesus Cristo veio ao mundo para nos Salvar.

Barth então dá início a um movimento incrível onde ele, partindo do seu estudo pessoal da palavra, percebe que, não há o que se acrescentar à bíblia! A mensagem do novo testamento não tinha a menor necessidade de ser re-inventada para alcançar o homem moderno! E assim como Lewis havia saido do ateísmo e vindo para o cristianismo, Barth abandona a Teologia Liberal, na qual tinha sido treinado e ensinado por anos a fio, e parte de volta a Ortodoxia, porém uma Nova Ortodoxia. Dá-se início ao movimento "Neo-Ortodoxo".

Graças a humildade de Barth em admitir que praticamente TUDO que ele pensava sobre Deus e Sua palavra estava errado e carecia de reconstrução, hoje, nos contamos com a vastíssima, complexa e empolgante obra de Barth. A teologia dialética de Barth e sua orientação totalmente Cristocentrica foram, durante todo o século XX, a linha de frente contra uma teologia morta que relativiza a Salvação oferecida na Cruz pela morte de Cristo. E não me furto em afirmar isso, Graças a Deus por homens como Barth que lutaram contra uma perspectiva de interpretação bíblica que finge estar aproximando o homem de Deus, mas na verdade só o afasta pois relativiza aquilo que de fato aproxima o homem de Deus: a Salvação Literal que há na Cruz de Cristo.

As palavras de Barth no inicio deste texto foram ditas nada mais, nada menos, do que em uma entrevista para a revista TIME, onde a entrevista era matéria de capa. Mais uma vez afirmo que, se não nos furtarmos a pregarmos a mensagem do Evangelho de forma plena, Deus nos honrará. Quando Barth abandonou o Liberalismo Teológico, vertente quase unânime na Europa de sua época, ele certamente teve de enfrentar os principais teólogos da época e teve muitas dificuldades até arrebanhar seguidores que percebessem seus equívocos como ele teve a humildade de perceber. Mas Barth continuou pregando uma mensagem Cristocentrica e se tornou um dos maiores Teólogos da história do cristianismo.


Ps:. Sim, obviamente eu milito contra a Teologia Liberal. (Risos)

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Mais sobre Karl Barth:
http://en.wikipedia.org/wiki/Karl_Barth
Capa da revista TIME:
http://www.time.com/time/covers/0,16641,1101620420,00.html
Foto:
Karl Barth and his pipe.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A Glória de Cada Dia


Em um mundo onde o cotidiano é permeado pela corrupção
O dia-a-dia é violento, frio e maligno
A indecência e a maldade já estão nas pequenas coisas
Nos sentimos reféns dessa realidade
Nos tornamos apáticos
Mal percebemos, estamos nos acostumando

Mas nos devemos resistir!
Se o mal e a corrupção estão nas pequenas coisas
Que o bem e a decência estejam nas pequenas coisas também!
São as pequenas coisas
É nelas que seremos os agentes da mudança

Uma demonstração de ética
Contra um mar de corrupção
Uma demonstração de bondade
Contra um oceano de maldade
Será como uma faísca na mais densa escuridão
Não importa o quão pequena ela seja
É impossível não notá-la!

Venceremos pelas pequenas coisas
Resistindo a sós no cotidiano
Mostraremos que o correto ainda é bom
Seremos pequenas lanternas
Em meio a um mundo de trevas

"A" Palavra relampejará em nós
Se nos deixarmos usar por ela
Em uma fagulha de dignidade
Em uma fração de esperança
Em um simples gesto
Nós mostraremos
Que ainda pode existir
Glória no dia-a-dia

domingo, 24 de agosto de 2008

Adeus ao domínio do passado



Isaías 43:25 “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro.”

Salmos 103:12 “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.”

Isaías 38:17 (b) “amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti TODOS os meus pecados.”

Miquéias 7:19 “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.”

Hebreus 9:14 “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas , para servirmos ao Deus vivo!”

Romanos 8:1 “Agora pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”


A mensagem que tem falado ao meu coração, e que agora quero dividir com os irmãos, começa com uma constatação. Uma constatação que pretendemos que o irmão ouvinte tenha como certa em seu coração:

Seu pecado não é maior que o poder de Cristo em perdoá-lo.

O Espírito Santo nos convence do pecado para nosso arrependimento, Cristo nos perdoa e nos orienta para que daquele ponto em diante não pequemos mais. Porém, a consciência humana poderá, erroneamente, convence-lo de que você não merece mais a convivência no corpo de Cristo.

Neste caso sua consciência se configurará como uma pedra de tropeço que o levará a se afastar do lugar que Deus planejou para você, ou seja, a comunhão da Igreja.

Ao permitir que sua consciência o afaste da convivência da Igreja e gradualmente da convivência com o próprio Deus você esta cometendo uma série de erros graves, os quais pretendemos listar a seguir:

1° – Ao permitir que sua consciência o afaste de Deus e da Igreja você também esta considerando que existem “pequenos pecados” e “grandes pecados”. Acreditar nisto é um erro. Infelizmente cometemos pecados diariamente, no entanto crendo no poder do perdão de Cristo, continuamos fazendo parte de seu corpo e trabalhando em seu reino. Se é assim, porque alguns pecados fazem com que nos afastemos da comunhão?

O que ocorre é que, ao contrário do que é para Deus, para a sociedade humana existem graduações de pecado. Infelizmente para nossa sociedade mentir a seus pais sobre aonde você esta indo é um erro menor do que adulterar. No entanto a bíblia é clara em mostrar que aos olhos de Deus ambos são pecados iguais. Assim, quando você pensa dessa forma, você esta levando em consideração o que os homens pensam sobre o pecado e não o que Deus pensa sobre o pecado.

2° – Ao permitir que sua consciência o afaste de Deus e da Igreja você esta duvidando do poder do sacrifício remidor de Jesus Cristo. Podemos passar o resto da noite citando referencias bíblicas que provam que Deus, em sua onipotência, não faz obras incompletas. Ao considerar que cometeu um pecado imperdoável a pessoa considera automaticamente que Cristo não pode perdoar o pecado que ela cometeu. Essa afirmação entra em confronto lógico com todas as afirmações bíblicas que acabamos de ler!! Daí concluímos que este tipo de pensamento é uma afronta a obra remidora de Cristo. Cristãos maduros e experimentados no estudo da bíblia não devem concluir tal coisa!

3° - Ao permitir que sua consciência o afaste de Deus e da Igreja você esta lançando-se voluntariamente “as profundezas” do próprio pecado que esta afligindo sua consciência.

Perceba o círculo vicioso: Você esta se afastando da Igreja e de Deus por ter vergonha das consequências do pecado que você tem cometido, no entanto, ao fazer isto você esta reduzindo as suas chances de se livrar da situação de pecado! Alguém que queira se livrar de uma situação pecaminosa procura primeiramente a Deus que é de onde vem o perdão, e secundariamente a ajuda da Igreja que será o apoio na luta contra a reincidência no pecado, digo reincidência, pois depois de se confensar perante Deus seu pecado já foi perdoado cabendo a você apenas a tarefa de não pecar mais. É justamente aí que entra ajuda da comunhão no corpo de Cristo. Concluímos então que se a pessoa se afastar da comunhão da Igreja e de Deus ela estará criando uma situação em que ela se aprofundará mais ainda no pecado!

Se a sua consciência lhe incomoda por conta de atitudes pecaminosas o que você deve fazer é aprofundar-se mais ainda na comunhão da Igreja e do próprio Deus, pois, só assim você terá chances reais de livrar-se a opressão de sua consciência. Infelizmente muitos crentes, inclusive aqueles que já detem anos e anos nos bancos de nossas igrejas, cometem o engano de pensar que conseguirão lidar com situações de pecado sozinhos e baseados em uma suposta “maturidade” afastam-se da igreja com o seguinte pensamento: “Resolverei esse problema, deixarei este pecado! E então quando eu estiver limpo disto voltarei a igreja”. Quanta arrogância! A verdade é que, infelizmente, estes irmãos várias vezes nunca voltam. Acabam terminando suas vidas como reféns de suas próprias consciências, constantemente massacrados por elas e ainda por cima cometendo todos os erros que nós listamos acima. Um erro convoca outro, afastados da comunhão iremos caindo de abismo em abismo assim como uma fileira de dominós que caem sucessivamente.

Queremos deixar bem claro que em momento algum afirmamos que estes irmãos perderam a salvação. Pelo contrário, nos mesmos já afirmamos anteriormente que Deus faz obras completas e não pelas metades. No entanto pessoas que cedem as pressões da consciência podem perder a COMUNHÃO. E isto é terrível para a vida de um crente, pois, fora da comunhão o crente esta fora da vontade Deus para sua vida. A Igreja existe para apóia-lo, você não deve livrar-se do seu erro e depois vir a Igreja, ao contrário, a Igreja tem o dever de ajuda-lo a lidar com seus erros. Fora da comunhão da Igreja você provavelmente cederá cada vez mais ao erro.

O Cristão NÃO pode ceder à pressão da consciência e do passado. Devemos ter o entendimento de que o sacrifício de Cristo perdoou nossos pecados de maneira atemporal! Ele perdoou nossos pecados de outrora, os de agora e os que cometeremos no porvir.

O sacrifício de Cristo nos LIBERTOU e verdadeiramente somos LIVRES.

O Cristão deve dar um sonoro “Adeus”, ao domínio da consciência e de seu passado.



Adeus ao domínio do passado - Projeto Progressivo


Adeus ao domínio do passado
As coisas velhas já passaram
Já não há mais condenação
Ele a tomou sobre si
E para sempre a levou

Agora minha consciência
Desfruta de verdadeira paz
Pois o domínio do passado
Já não existe mais

Perdão verdadeiro
Esta é a chave da questão
Não é algo passageiro
Não há revogação

Adeus ao domínio do passado
Agora livre da culpa e da amargura
Eu me regozijo em Tua graça
Já não sou mais escravo do outrora
Mas sou um servo Teu agora

O sangue de Cristo me lavou
Tua graça me tocou;
O Santo Espirito em mim agora habita
E não há o que temer
Se em Teus santos caminhos viver.


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Esboço exposto na Igreja Batista Esperança no dia 24 de agosto de 2008, Goiânia.

domingo, 17 de agosto de 2008

O Dogma da Inexistência de Deus


Hoje durante a tarde estava lendo um texto do filósofo cristão William Lane Craig. O texto se encontra, muito bem traduzido, neste blog http://www.apologia.com.br/?p=79 . Dentre as muitas reflexões as quais o texto me guiou pretendo compartilhar com vocês a que, a meu ver, foi a mais importante:

"Apesar da existência de tantos argumentos filosóficos, históricos e até científicos a favor da existência de Deus, porque este assunto é tratado como um dogma em nossas academias?"

Aquilo pelo qual a academia tanto presa, que é a discussão, não é válido quando se trata da defesa da tese: "Deus existe." (Talvez porque esta tese atemorize o coração dos acadêmicos).

De fato devo admitir que em alguns setores acadêmicos essa discussão muitas vezes não é pertinente. Um curso como engenharia de alimentos dificilmente chegará a tal discussão. No entanto, praticamente todos os cursos de humanas, alguns de biológicas e o de física, cedo ou tarde, levarão seus alunos e professores a pertinentemente discutirem esse tema. Porém, na maioria esmagadora dos casos, a discussão será interrompida por um argumento "chulo" e totalmente anti-acadêmico, do tipo: "Crer em Deus é ilusório e infantil, prossigamos para um próximo assunto pertinente!" ou mesmo "Deus?!?! Isso é Dogma! Aqui não é lugar pra isso!"(Falo por experiência própria).
O amigo leitor não precisa ser nenhum especialista em "ordem do discurso" para perceber que o que esses alunos e professores estão fazendo não passa de uma inversão. O dogma existe sim, o dogma da inexistência de Deus.
A tese teísta (Deus Existe) não tem a mínima chance de ser defendida dentro de nossas universidades. Ao cursar história, filosofia, sociologia, física e tantos outros cursos, salvo raríssimas exceções, você será dogmaticamente obrigado a engolir as teses ateístas. O direito de discussão e liberdade de expressão dos quais o mundo acadêmico se orgulham, deixam de existir quando o assunto é o teísmo. Esta atitude, de reprimir alguém que tenta argumentar a favor de uma tese, é totalmente contrária a tudo que a academia prega. Porém, misteriosamente, a repressão toma o lugar da discussão quando o assunto é a tese teísta.
Infelizmente devo admitir que grande parte da culpa dessa dogmatização da inexistencia de Deus reside na incapacidade, quase que histórica, dos jovens cristãos universitários em defender sua fé com argumentos plausíveis e inteligentes. Escondidos na desculpa de que o evangelho se "prega pela fé" ignoram a orientação do apostolo Paulo que ensinou claramente que para ganhar pessoas para o Reino era necessário, muitas vezes, se fazer como elas, o que nada mais é que pregar da forma como as pessoas irão entender. Assim, a incapacidade crônica de defesa de sua fé, por parte dos próprios cristãos, engendrou, em partes, o preconceito acadêmico contra o argumento teísta. Porém é obvio que a grande parte da dogmatização da inexistência de Deus é decorrência da incessante tentativa de fuga do homem em relação ao próprio Deus.
Apesar de tudo isso, essa dogmatização pode ser contra-atacada, na medida em que os jovens cristãos comecem, progressivamente, a valorizar a chamada "teologia natural" , que é o ramo da teologia que prova a existência de Deus sem a utilização da escritura sagrada em si. Se cada vez mais o jovem cristão erguer sua mão em sala de aula para apresentar argumentos teístas concisos e bem estruturados ficará difícil para os ateus dominarem as universidades com seus dogmas.
Como mostra o texto que eu linkei no início deste post as universidades anglo-americanas estão caminhando rumo a uma grande vitória: o fim do dogma da inexistência de Deus.
É nosso papel conquistar essa vitória em nosso país. Se você é um cristão e pretende seguir carreira acadêmica, ou esta na universidade, este é um ministério que te conclama.
Ainda somos alvos da falácia que alardeia a "liberdade de discussão" na academia brasileira. Denuncie esta falácia e lute contra ela.


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Imagem:
O apostolo Paulo prega nas ruínas do areópago.
Giovani Pablo Pannini
1744
Oil on canvas, 64 x 83,5 cm
The Hermitage, St. Petersburg

Obs:, Clique na Imem pra vê-la em tamanho

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Conclusões Empíricas


O prazer do pecado é passageiro. Logo seguem-se suas tristes conseqüências acompanhadas do peso da consciência.
O prazer de resistir a tentação é duradouro. Logo seguem-se felizes conseqüências acompanhadas da tranqüilidade da consciência.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Take it to the Limit



"Então ele me disse: A minha Graça te basta, por que o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade então me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo." - II Coríntios 12.9

O apóstolo Paulo pedia a Deus que lhe afastasse de um problema grave que o acometia. Não sabemos ao certo que problema era esse e muita discussão teológica se faz em torno disto, mas não é o objetivo de hoje. O objetivo hoje é perceber qual a resposta de Deus a Paulo.


"A minha Graça te basta" tem sido o texto que mais me fala ao coração ultimamente. Ao meu modo de ver a dureza dessa resposta se confunde com uma beleza extraordinária. A dureza esta em perceber que de fato não esta nos planos de Deus dar-nos tudo aquilo que queremos. Aí o leitor questiona: "mas Raul, a bíblia diz que tudo aquilo que pedirmos crendo nos será dado!". E nisso eu tenho de concordar com você leitor, o problema é: vivemos pedindo a Deus coisas que nos prejudicarão! E é por essas e outras que Deus não nos dará tudo o que pedimos.
Infelizmente não sabemos direito o que pedir a Deus. É tranquilizante para mim poder encerrar minhas orações com a frase "Mas Senhor, apesar de tudo isto, seja feita somente a tua vontade", pois assim, passo a decisão para quem de fato saberá tomá-la.
O ideal é quando chegamos a um ponto de maturidade onde nossas petições se confundem com os planos de Deus, aí somos chamados, como o próprio apóstolo Paulo ensina, de "filhos maduros". Infelizmente é certo que até alcançarmos esse ponto termos de passar por diversas frustrações.

A beleza do texto esta em perceber o quanto a Graça é maravilhosa. A Graça de Deus basta. Paulo pedia algo que não obteria, o próprio Deus lhe negou o pedido. Porém, negou relembrando Paulo de que a única coisa que realmente importava já lhe pertencia e principalmente já lhe bastava. Dificilmente paramos para imaginar o quanto a Graça de Deus é extraordinária! Não refletimos a respeito disso! E é por isso que ao lermos Deus dizendo essa frase a Paulo temos esta reação. Pode nos acontecer de deixarmos certas bençãos que podem ser alcançadas ofuscarem a maior de todas as bençãos, que é a salvação pela Graça. Se permitirmos que isso ocorra infelizmente não entenderemos o que Deus esta dizendo ao apóstolo.

Não poderia deixar de citar aqui o título do Blog da Tássya. Não sei se o sentido que ela queria passar era este, mas a mensagem que ele me passa cabe muito bem aqui. O título diz: "Perdemos e estamos Cantando". A segunda metade do texto fala exatamente sobre isso. Se nos gloriarmos em nossas fraquezas e derrotas o poder de Cristo repousará em nós. Como perder e continuar cantando?! Alcançando a real consciência de que a Graça de Deus nos basta.


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Imagem do post: "O Apóstolo Paulo na Prisão" Rembrandt (c.1627); Staatsgalerie, Stuttgart

sábado, 19 de julho de 2008

Você já parou para pensar?


O Post hoje é bem simples. Ele demanda mais da sua imaginação do que do texto em si. Hoje eu só quero conclamar você a devagar sobre o seguinte:

"Que tipo de pessoa seria você caso Jesus Cristo não tivesse mudado sua vida?"


Antes de responder você deve estar pensando: "Mas Raul pra que isso?"

Não sei o que ocorrerá com vocês se pensarem sobre isso. Mas quanto a mim, confesso que me fez dar mais valor ainda ao sacrifício que Cristo fez por mim. Ao me encarar em uma situação de futuro hipotético onde eu não era um Cristão me assustei com o resultado e dei mais graças ainda à Deus que trabalha o meu temperamento a cada dia que passa e me ajuda a me tornar alguém melhor; alguém mais parecido com o Raul que Ele planeja.

E você amigo leitor que é Cristão, já parou para pensar como seria sua vida sem Jesus? Caso você não queira nem imaginar (risos) , o efeito desejado já foi provocado.

Caso você ainda não tenha feito uma decisão ao lado de Jesus Cristo, não perca mais tempo, você não pode nem imaginar que vida extremamente melhor te aguarda.

sábado, 28 de junho de 2008

Da impossibilidade de relativização do ensinamento de Jesus Cristo.


Olá a todos. Inicialmente obrigado por lerem o argumentações do brejeiro. Nesse post pretendo tratar de uma assunto meticuloso, mas que é de total necessidade para o entendimento correto da bíblia. Quero demonstrar, usando argumentação simples, que só são possíveis duas interpretações a respeito da pessoa de Jesus Cristo e que uma terceira interpretação, que é a mais comum, é completamente insustentável além de se configurar como "senso comum".
Vamos começar com a Interpretação Insustentável e mais comum. Resumindo as pessoas dizem:
"Jesus Cristo foi um homem moralmente formidavel nos deixou uma série de ensinamentos valiosíssimos que se fossem seguidos pelo homem resultariam em um mundo muito melhor, porém, ele não é o unico salvador e/ou também não era Deus, isso são apenas apropriações posteriores que fizeram de seu discurso. Portanto sou muito simpático a Jesus e tudo que ele ensina, porém, não creio que ele seja o unico salvador"
Perceba como essa interpretação da pessoa de Cristo é completamente incoerente. Os relatos sobre a vida de Jesus (os 4 evangelhos e até apócrifos) são categóricos em registrar uma afirmação de Jesus Cristo: "Eu e o pai somos um" e mais "Ninguém vem ao pai se não por mim".
Ok. Se Jesus é esse poço de moralidade e de exemplo extremo a serem seguidos então me responda uma coisa: Como esse exemplo a ser seguido mentiria descaradamente sobre ser Deus? Sobre ser unica forma de chegar ao paraíso? Perceba como é totalmente incoerente ter esse tipo de idéia a respeito de Jesus Cristo, se Ele não passou de um homem bom, um grande mestre ou guru, na verdade deveriam concluir que Ele não passava de um aloprado, um louco varrido, um "ovo cozido" nas palavras de Lewis, pois, Ele dizia abertamente SER DEUS! Como dar crédito a um homem que diz ser Deus sem realmente crer que ele É Deus?
Imaginem que eu me declare deus amanha de manha. Mais, imaginem que eu arrume 12 seguidores. Se um de meus seguidores não crê que eu seja o deus que eu digo ser este homem só poder ser mais louco do que eu, que me declarei deus sem o ser.
Esse tipo de interpretação a respeito de Cristo não passa de um "desencargo de consciência" utilizado por uma imensa gama de pessoas que não querem um compromisso real com aquilo que Cristo deixou como ensinamento. Logo, se eu me fecho para a idéia de que Cristo é Deus e "encuco" em minha mente que Ele era só uma espécie de guru legal eu fico livre de ter que praticar aquilo que Ele ensinou, faço só as partes que me convém. Note que esse tipo de pessoa acha lindo aquilo que Cristo pregou, mas não está nem um pouco interessada em praticar os ensinamentos que "acha lindo".
Assim, podemos concluir, que só existem duas interpretações a respeito de Cristo que realmente fazem sentido lógico. Uma delas é descartar completamente tudo o que Cristo pregou, pois não se pode dar atenção a um sujeito que sai desafiando poder político e a religião vigente em sua época e região dizendo ser filho do próprio Deus. Logo, se você não crê ser Cristo o filho de Deus enviado ao mundo para salvar a humanidade do pecado, quero lhe informar que você perde seu tempo mentindo pra si mesmo ao dizer que simpatiza com os ensinamentos de Jesus. Sim, pois, os ensinamentos de Jesus não foram pelas metades, e eles incluem que você deve entregar sua vida para Ele, que segundo suas próprias palavras é Deus e unico e suficiente salvador.
A segunda interpretação logicamente válida para os ensinamentos de Jesus Cristo é a que aceita integralmente a sua pregação e cumpre seus mandamentos , pois crê que Jesus Cristo é Deus, como o mesmo afirma.
Veja que o próprio Jesus afirmou que não há como recebe-lo de maneira parcial. Qualquer perspectiva a respeito de Jesus Cristo que não o tome integralmente não passa de engano e incoerência.
Se você tem tido uma interpretação relativista sobre Jesus Cristo, pare e reflita no que leu. Leia os Evangelhos você mesmo(a) e recuse ficar sempre com a interpretação que livros e outras pessoas te oferecem. Leia a bíblia você mesmo(a)! Veja o que Jesus Cristo de fato disse! Pare de ser enganado por interpretações errôneas alheias!
Se você não crê em Jesus Cristo e não prática nada do que ele ensinou. Parábens, você é uma pessoa coerente, porém, sinto dizer-lhe, mas vocês esta jogando a sua alma fora, em um caminho sem volta.
Se você já é cristão e leu esse texto, que esse argumento lhe sirva nos embates desse mundo.
Abraços a todos!


Ps:. Baseado no argumento conhecido como "O trinômio de Lewis"

Ps2:. O "Argumentos" tirará umas pequenas férias para atividades Brejeiras (pescarias) mas está de volta em Agosto, ou quem sabe antes. Boas férias a todos!

domingo, 22 de junho de 2008

Contradição


O dicionário Aurélio define "Contradição" como: "1.Incoerência entre o que se diz e o que se disse, entre palavras e ações; desacordo. 2. Exclusão recíproca e necessária entre duas proposições."

Quando eu e você fazemos algo que vai justamente contra aquilo que pregamos, acredite meu irmão, pessoas estão reparando.
Quando eu e você pregamos algo que vai justamente contra aquilo que fazemos, acredite meu irmão, pessoas não nos ouvirão.
É justamente por isso, que cada dia da nossa vida, deve ser uma luta incessante contra "a tal" da Contradição.
Como pregar mudança de vida sem mudar?

Oro a Deus para que o nosso falar e o nosso agir formem um "todo coerente", para então, quando abrirmos nossa boca para pregar o evangelho, a sintonia entre nosso discurso e nossa prática forme um argumento coeso e sólido, acima de tudo, um argumento digno de portar a mensagem do Evangelho.

domingo, 8 de junho de 2008

Um diálogo Cristão em "Narnia: Prince Caspian"


Como a maioria sabe, "Cronicles of Narnia: Prince Caspian" está nos cinemas. Eu tive o privilégio de conhecer as Crônicas antes mesmo delas irem pro cinema e por isso reconheço o quanto os filmes foram importantes para a popularização da obra de Lewis no Brasil (Na Europa e na América do Norte a fama das Crônicas existia independente dos filmes). Novamente, como a maioria sabe, muito desse blog é devedor das idéias de Lewis, logo, é pertinente que eu comente algo do filme aqui. Quero deixar claro que eu não entendo nada de cinema (risos) então minha opinião aqui não é sobre ângulos de filmagem, qualidade do roteiro, ou mesmo sobre as adaptações e diferenças com relação ao filme e ao livro. Eu atá apoiei e gostei de algumas mudanças feitas pelo diretor. Em particular o minotauro Austerius, ele é um personagem tão bom, que você demora a perceber que ele não foi criado por Lewis, principalmente pela característica de ser uma "criatura redimida", ou seja, no passado sua raça fazia parte dos exércitos malignos e agora convencido de que sua raça lutava do lado errado ele dá a vida por seus irmãos Nárnianos, na cena em que ele usando de sua força de minotauro segura o portão para salvar seus companheiros de batalha, em uma das melhores cenas que eu já assisti no cinema (confesso que engoli seco nessa hora do filme).
Porém, meu objetivo mesmo neste post é socializar uma conversa que tive com a Tássya, sobre um dialogo que pra nós foi o melhor "diálogo Cristão" no filme. Depois da derrota Pedro, ao lado de Lucy, desanimado, olha para uma imagem de Aslan, e com os olhos lacrimejando, diz: "- Ele poderia tanto nos dar uma prova" ao passo que Lucy responde com maestria " - Será que não somos nós que temos de dar uma prova a Ele?". E mais uma vez estou eu lá engasgado na cadeira do cinema (risos).
Caso o leitor ainda não saiba, Aslan é um arquétipo de Messias, sendo mais didático (apesar de perder um pouco do significado correto) é como se Aslan fosse uma metáfora de Cristo. Isso explica muita coisa sobre suas atitudes e poderes no filme.
Encarando Aslan desta forma fica fácil tirar uma grande lição daquele diálogo: Quantas vezes nós temos requerido uma "prova" de Deus?!? Quantas vezes nossa fé tem sido tão menor do que um grão de mostarda. A menor dificuldade bate a nossa porta e nós já nos esquecemos de tudo que Deus fez por nós no passado e de maneira egoísta, até chegamos a dizer que não há ninguem por nós.
Daí eu penso no questionamento de Lucy " - Será que não somos nós que temos de dar uma prova a Ele?" Será que Deus não quer nos ensinar a sermos agradecidos até nas dificuldades? Será que Deus não quer nos mostrar que é necessário esperar nEle, mas esperar confiando, e não com desconfianças?
Lucy faz uma pergunta, porém, sabemos que ela conhece exatamente a resposta; a pergunta é apenas um argumento retórico.
Deus põe a prova a fé de seus filhos. Temos dado uma prova de nossa fé a Ele?
Assim como a pergunta de Lucy a Pedro, essa também é uma pergunta retórica.

domingo, 1 de junho de 2008

Porque negar a Si mesmo?


Já pararam pra pensar o porque do cristão precisar negar a si mesmo?
Esta expressão faz parte da radicalidade da proposta do evangelho e infelizmente não é uma questão opcional, ao contrario, os evangelhos são claros: exige-se do discípulo que negue a si mesmo.
Mas intenção real desse mandamento só pode ser entendida a partir de uma percepção transcendental da proposta de vida de Jesus para nós.
O homem está perdido, condenado pelo pecado, afastado de Deus. Como bem percebeu o filósofo, físico e matemático Blaise Pascal - "Há uma vazio na alma do homem que é do tamanho de Deus". O homem não se realiza sozinho em sua existência, isto é um fato difícil de ser negado. A proposta de Cristo, então, é o encontro do “eu” pela negação do “eu”. Pode até parecer complexo , mas de fato não é.
Entendemos isso isto a partir do momento em que lembramos de nossa origem divina e de como fomos criados “a imagem e semelhança” de Deus. Essa "imagem e semelhança" se descaracterizou pela presença do pecado, trocando em miúdos, não somos, no momento aquilo que fomos criados para ser.
Dessa forma, ao negarmos nossa vida e assumirmos a identidade de Cristo (Gl 2.20), encontramos nosso verdadeiro “eu” na origem divina!
Negando esse "eu" material, passageiro, pecador, estamos dando vazão ao "Eu" do plano divino original, o "Eu" à "imagem e semelhança de Deus".
Agora fica fácil de entender porque é tão importante negar a si mesmo.
Trocar nossa natureza pecadora por uma incorruptível e divina.
Que troca não?!?


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Adaptado de "Vida Cristã Frutífera" do autor Josué Ebebnézer

terça-feira, 6 de maio de 2008

Duas formas de se construir uma casa.


Este post tem o seguinte objetivo. Proporei a você, caro leitor, duas formas diferentes de se construir uma casa. Ao final, você deverá apontar a maneira pela qual você gostaria que a SUA casa fosse construída. Logo após isso, eu farei uma reflexão e lhe proporei uma questão. Espero que vocês aproveitem.


Depois de todo o esforço você consegue juntar dinheiro suficiente para comprar um lote e construir a casa dos seus sonhos. Então você....

1 - Contrata uma pessoa competente e de confiança (um engenheiro
ou arquiteto) para projetar sua casa, afinal você quer que tudo fique perfeitamente em ordem. Você sai em busca dos melhores materiais de construção e espera que os obreiros que trabalhem na construção saibam o que estão fazendo, pois, apesar de você não ser um engenheiro civil ou um arquiteto você sabe que tijolos e argamassa não ficarão firmes e ordenados caso pessoas incompetentes trabalhem na obra. Ao fim você espera encontrar a sua casa nova, linda, ordenada e perfeita, do jeito que você precisa e sempre sonhou.

2 - Sai em busca dos melhores materiais de construção, porém, você também compra uma série de poderosos explosivos. Não contrata nenhum arquiteto, engenheiro civil ou mesmo mestre de obras. Você mesmo amontoá todos os materiais que comprou de maneira desordenada no meio do seu lote, adiciona à mistura várias bananas de dinamite e um detonador, se abriga a distancia e ativa os explosivos. Ocorre uma imensa explosão e alguns segundos depois você corre em direção ao seu lote na expectativa de que a poeira baixe para então você contemplar a sua nova casa, linda, ordenada e perfeita, do jeito que você precisa e sempre sonhou, fruto do acaso de uma explosão.


Nesse momento é provável que você esteja pensando: "Raul, que pergunta boba, obviamente qualquer pessoa em sã consciência opta por construir sua própria casa da maneira número 1!"
E eu concordo com você, nunca ouvi falar de alguém que tenha tentado construir uma casa da maneira número 2. Se alguém já tentou, hei de concluir por uso de lógica simples, que essa pessoa não foi bem sucedida. Daí, eu pergunto.

O que leva as pessoas a acreditarem que o UNIVERSO, com todas as suas leis, imensidão, complexidade e perfeição foi criado da maneira 2 ?!?!?!!!!!
Você já viu alguma explosão ordenar algo? Eu não.

E é por este, e outros motivos mais, que eu creio compreensivamente* (ou seja não cegamente) que o Universo foi criado. E não apenas criado, mas ordenado por um Mestre de Obras Supremo. Supremo por que teve capacidade para tal feito, e mais, Supremo por que me permitiu chegar a esta conclusão, que apesar de tão simples tem sido amplamente negligenciada por pessoas que insistem em não dar o credito da obra Ao Artista.

Ps:. Pessoas que crêem piamente na "Teoria do Big Bang" deveriam construir suas casas utilizando o método 2, afinal, elas crêem que explosões criam e ordenam matéria.


* Esse conceito é explanado por Karl Barth em “A Fé em Busca de Compreensão”.

domingo, 27 de abril de 2008

"Das antigas."


Eu sou das antigas
Em quase todos os aspectos
Há quem diga que em todos
Mas eu sou das antigas mesmo
Quando se trata do Reino de Deus
Eu sou das antigas
"Tiozão Batista" aos 21
Com muito orgulho!

Eu temo à Deus
Não creio que o templo seja santo
Mas creio que o templo foi santificado
A presença de Deus,
Essa sim é santa
E quando nos O invocamos
Eu me preocupo com o modo como é feto
Por que imagine só a responsabilidade
Trata-se do supremo Senhor do Universo
Penso que isso seja
Temer a Deus

Careta
Ultrapassado
Farisaico
Múmia
Anacrônico
Não me importa
Como você me taxa

Eu li umas instruções
NaquEle livro de capa preta
E são essas instruções
Que eu pretendo seguir



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Peço desculpas pela falta de métrica.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Em defesa da imaginação


Já pararam para pensar o quanto a imaginação é importante para o Cristianismo (sim, hoje eu comecei pela conclusão). Como teríamos nossos vislumbres do Paraíso ou mesmo dos seres celestiais se não tivéssemos imaginação? Penso que a imaginação é uma grande aliada da Fé, que segundo Apóstolo Paulo, é o firme fundamento nas coisas que não se vê. Não vimos os grandes milagres de Deus no passado, mas como é bom que Ele nos permita imagina-los. Sim, Ele nos permitiu! Deus nos fez capazes de imaginar! Logo a imaginação, assim como tudo, pode ser utilizada para o mal, mas não é má em sua essência!
Segundo um grande apologista da fé cristã, J.R.R. Tolkien, a imaginação é um direito humano, que glorifica a Deus na medida em que deixa transparecer com clareza a nossa capacidade co-criativa, ou seja, o privilegio que Deus nos deu de influenciar sua criação e ate participar dela, mesmo que de maneira derivativa (quando você tem um filho, você é um co-participante da criação, que privilegio não?).
É interessante notar que todos os mundos existentes em nossa imaginação, desde os mais complexos como a Terra Media, Narnia, Faerun e tantos outros (eu realmente poderia dar uma pagina e meia de exemplos ), não passam de simples derivações, misturas em maior ou menor grau de nossa realidade, que acabam por refletir, mesmo que de maneira épica, todos os nossos anseios. E por conseqüência refletem também vários de nossos problemas.
Para encerrar, quero frisar também que a imaginação além de ser uma grande aliada da fé e da leitura bíblica ainda glorifica a Deus de outras maneiras, como, por exemplo, quando tentamos imaginar um mundo novo, seja para escrever uma ficção, ou mesmo para jogar um RPG com os amigos e nos deparamos com a complexidade que é imaginar geografia, povos, culturas, raças, lugares ... enfim.. ao tentarmos criar mundos em nossa imaginação nos esbarramos em nossa pequenes diante de um Deus que além de projetar um Universo bem maior do que qualquer um de nós já ousou projetar na imaginação ainda tornou esse Universo completamente real.
Portanto, eu conclamo vocês leitores a Imaginar! Lutar contra essa "cultura" que coage o adulto a abandonar esse presente de Deus a medida que cresce, como se isso fosse algum sinal de maturidade. Na minha opinião, quem abandona o habito de imaginar esta na verdade cometendo um ato bem infantil, por que acredita que se tornar adulto é uma questão de deixar hábitos e não uma questão de adquirir hábitos.
Não estou incentivando ninguém a tentar entrar no próprio guarda-roupas, mas espero que os argumentos sirvam para aqueles que, como eu, pretendem continuar usando e abusando da imaginação enquanto tiverem vida. Abraços!

Ps1:. Pesquisas científicas comprovam que pessoas que exercitam a imaginação são mais inteligentes.

domingo, 6 de abril de 2008

Sobre Peras




“Eu, miserável, o que foi que amei em ti, furto meu, noturno delito dos meus dezesseis anos? Não eras belo, pois eras roubo! Mas, realmente és alguma coisa, para que eu possa dirigir-me a ti? As pêras que roubamos, sim, eram belas por serem criaturas tuas, ó Bom Deus, criador de toda beleza, sumo bem e meu verdadeiro bem! Sim, eram belas aquelas frutas, mas não era a elas que minha alma infeliz cobiçava; eu as possuía em abundância e melhores. Eu as colhi somente para roubar, e uma vez colhidas, atire-as fora para saciar-me apenas com a minha maldade, saboreada com alegria. Se alguma tocou meus lábios, foi o meu crime que me deu sabor”. (Conf. II, 6, 12)

Na minha opinião, esse é o trecho mais interessante das Confissões de St. Agostinho. Simplesmente por que eu me identifico completamente com ele. Quando mais novo tinha a impressão de que só eu sofria com essa situação. Fiquei feliz, e espantado ao mesmo tempo, quando descobri que um homem no norte da África, séculos anteriormente a mim, tinha sentido a mesma sensação.
Não havia motivo algum para que Agostinho roubasse aquelas peras. Ele tinha uma vida excelente para os padrões de sua época; como ele mesmo nos diz no jardim de seu pai haviam peras bem melhores do que aquelas. Agostinho chega então a um ponto no qual ele foi um verdadeiro mestre: o de confessar. Ele confessa, primeiramente diante de Deus, e depois, diante de nós, que roubou aquelas peras simplesmente pelo prazer de fazer o que era errado.
Como é triste, pelo menos pra mim, ter de me encarar várias vezes e refletir a respeito de por que fiz certas coisas. Triste por que ao final tenho que confessar que fiz apenas pelo prazer de fazer o errado. Porém, o prazer de fazer o errado é momentâneo e falso, ele logo se esvai juntamente com a atitude errada e deixa no lugar apenas um sentimento de culpa angustiante que castiga nossas consciências.
E aí que devemos aprender com Agostinho. Temos de confessar diante de Deus que nos arrependemos das peras que roubamos e se possível usar esse arrependimento para edificar os que caminham conosco. Como é incrível imaginar que a confissão e o arrependimento de um homem que viveu no século III d.C. pudesse me edificar hoje em pleno século XXI!
Como é difícil ter de conviver com nosso velho homem.. ele sempre nos leva a fazer coisas que não queríamos fazer. Precisamos constantemente estarmos em oração; para que o velho homem não nos leve mais e mais vezes a sentir aquela mesma sensação...

E, como não poderia deixar de ser... tem uma música do Petra


As Peras de Santo Agostinho

Uma noite passada eu ouvi uma batida na porta.
Os garotos estavam caindo na farra.
Eu era apenas outro garoto adolescente entediado
Provocando e agindo como palhaço...yeah!

Um desafio levou a outro desafio.
Então as coisas estavam saindo de controle.
Nós pulamos a cerca e nós roubamos as pêras.
Eu joguei fora uma parte da minha alma,
Sim eu desperdicei uma parte da minha alma

(Agora isto...)
Assombra-me como eu roubei aquelas pêras.
Porque eu amava o errado.
Muito embora eu conhecesse a maneira melhor.
Não por fome ou pobreza.
Foi mais do que pêras que eu acabei desperdiçando... Yeah!

O tempo passa agora eu sou velho e grisalho.
Aquelas pêras são apenas uma memória.
Eu alegremente pagaria tudo o que tenho hoje.
Mas isto apenas não é o problema que você vê.

(Porque isto...)
Assombra-me como eu roubei aquelas pêras.
Porque eu amava o errado.
Muito embora eu conhecesse a maneira melhor.
Não por fome ou pobreza.
Foi mais do que pêras que eu acabei desperdiçando... Yeah!

Por que nós amamos todas as coisas que são erradas?
O fruto proibido tem uma estranha e fascinante canção.
Por que nós fazemos o que nós não queremos fazer?
Pois vivemos com remorsos a nossa vida inteira.

E eu nem mesmo gosto de pêras tanto assim...

domingo, 30 de março de 2008

Armados e Perigosos


No pós-acampamento do “Imperativos de Cristo”, do qual eu participei, a mensagem ficou a cargo da Missionária Fabiola. Em sua palavra ela me alertou para algo que inicialmente parece muito simples, porém, muitas vezes não temos praticado.

Talvez o dom da palavra que a missionária tem tenha sido usado por Deus para alertar não só a mim, mas a muitos que estavam ali naquela noite. Ela nos indagou com razão e sinceridade: “Como vocês esperam vencer um inimigo contra o qual vocês não tem armas?”

A metáfora é muito obvia. Mas é incrível a nossa capacidade em não perceber o obvio e muitas vezes é necessário que alguém nos alerte acerca do obvio. As tentações, as ações que engendramos que nos afastam de Deus, só poderão ser vencidas quando realmente soubermos manusear as armas que Deus deixou ao nosso alcance.

Particularmente algumas coisas vinham atrapalhando o meu relacionamento com Deus, e eu dando uma de juvenil, não entendia o porquê de não obter vitória contra as tentações. Obviamente eu não estava manipulando as armas de forma correta. Ao relativizar a reflexão bíblica como sendo algo que deve ser feito em cima do principio e não do texto em si eu errei gravemente. A reflexão é extremamente importante, mas a ida ao texto bíblico diariamente é tão importante quanto. É incrível o quanto criamos[1] tempo para tantas coisas, porém, não temos 15 minutos do nosso dia para leitura diária e oração. Creio que reativando esse compromisso em minha vida, que me foi tirado em partes pela correria da universidade, estarei apto a resistir à tentação, pois, terei as armas necessárias para lutar e com certeza conto com um Grande aliado. Alias um aliado Onipotente.

Lógico que tem uma música do Petra falando sobre isso (risos):

http://www.youtube.com/watch?v=11SCMdqrCNk&feature=related

(o clip tem legendas em português)

A maioria das cenas desse clip foram gravadas numa viagem missionária, onde jovens passaram suas férias num pais da América Central fazendo evangelhismo e trabalho social.

Abraços a todos!


[1] Quando digo que criamos tempo me refiro a nossa brilhante capacidade de realmente fazermos aquilo que nos interessa. Não importa o quão ocupado você esteja, quando você quer mesmo gastar tempo com algo, você o faz.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Justificativas


Olá caros leitores. Gostaria de dizer que logo as postagens voltaram a ocorrer aqui no blog. Eu fiquei um mês e uma semana sem internet aqui em casa. Além disso estive envolvido com minha formatura e com os primeiros meses no meu novo emprego. Tenho recebido diversas bençãos de Deus nesse período da minha vida, e por isto estou muito agradecido.
Prometo logo voltar com nossos assuntos, porém, sempre com aquela proposta de não escrever por obrigação mas somente quando vier a inspiração.

Abraços em Cristo a todos que lêem!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Você não é Deus.

Sim meu caro leitor, o título é esse mesmo e posso te garantir que o dono do blog não esta ficando doido. É necessário sim informar a um grande número de pessoas hoje que elas não são nem Onipresentes, nem Oniscientes e muito menos Onipotentes.
É comum em nossos dias, com o grande acesso a informação, encontrarmos pessoas que se preocupam "seriamente" com catástrofes mundias e os mais diversos problemas que atingem a humanidade. Essa preocupação é valida e de certo modo podemos ate classifica-lá como uma preocupação cristã. O problema é quando as pessoas utilizam essa preocupação para repudiar Deus, classifica-lo como injusto e ate mesmo utilizar estes problemas de ordem mundial para deduzir Sua inexistência.
Ao martelarem em suas mentes os tsunamis ou a fome na África essas pessoas atribuem a si próprios aflições por problemas que elas não podem resolver. Se você acredita que pode acabar com a fome de um continente e imputa a si esse tipo de responsabilidade é justamente com você que eu estou falando: "Você não é Deus." Estes problemas estão em uma escala quantitativa e qualitativa que pertencem a soberania de Deus, pois são necessários Seus atributos para resolve-los ou não.
O que acontece é que a maioria dessas pessoas não esta realmente se importando com o fato de pessoas morrerem de fome na África ou com o fato de catástrofes naturais existirem. Essas pessoas são na maioria das vezes egoístas e só se utilizam destes argumentos, que questionam a soberania de Deus, para fugir dEle. Classificam Deus como injusto e por isso concluem, em um exercício nada lógico diga-se de passagem, que Ele não existe e assim contornam suas consciências e conseguem "escapar" de Deus por mais alguns instantes para mais dali um pouco terem que nega-Lo novamente com algum outro argumento que no fundo elas sabem ser falso.
Você não é Deus. Não cabe a você resolver as catástrofes mundiais, Deus já fez isso enviando a Cristo, cabe ao mundo apenas aceitar suas verdades. Você começa realmente a ajudar a resolver os problemas aceitando Cristo e praticando suas verdades, contribuindo assim verdadeiramente para o fim de fomes e de guerras. Usar os problemas que a própria humanidade criou para si como argumento de fuga para a clara realidade da existência de Deus é imaturo, infundado e no mínimo triste.
Pare de tentar resolver os problemas de Deus e submeta-se a Sua vontade e os problemas do mundo deixarão de ser um "muleta" para você apoiar o seu egocentrismo e passarão a ser, para você, uma preocupação realmente misericordiosa.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"Seen and not Heard"



Aqui estou eu novamente, diria em tempo recorde. Penso que isso deva-se a dois motivos básicos: primeiramente as férias, que tem me proporcionado belos dias inteiros de ócio, as vezes criativo e na maioria da vezes não; em segundo lugar o aumento de criatividade vem de uma benção que recebi esse ano: tenho, novamente, uma classe de Escola Bíblica Dominical. Dessa vez serei professor dos adolescentes. Justamente preparando a lição deste próximo domingo me daparei com um texto que falava de algo que a muito tempo queria tratar aqui no blog: a relação entre as musicas que temos cantado em nossas igrejas e as ações que temos praticado, as escolhas que temos feito.
Em forma de carta aberta na revista "Dialogo e Ação" na edição dos professores deste trimestre o Pastor Davi Fretas de Carvalho sintetiza muito do que eu venho querendo escrever sobre música em nossas igrejas com uma perspicácia que eu dificilmente teria. O trecho do texto dele é tão bom e tão sintético que tomei a liberdade de transcreve-lo ipse liteiri aqui:

"Quem entende o que Paulo quer dizer em Gálatas, escolhe viver na fé, ou seja, envolvido completamente por ela. Muitos acreditam estar numa espécie de busca ou mergulho para dentro de Deus, sem, entretanto, levar em consideração a crucificação de sua velha natureza. É facil ficar cantando por aí, aos prantos, "eu quero entrar em teus átrios", "eu quero mergulhar nos teus rios", "entrar no santo dos santos", "te conhecer", "me apaixonar". Difícil é morrer para o pecado, para o mundo, abandonar de vez a disposição para pecar. Deixar crucificar-se. Quem quiser fazer as coisas expressas nos cânticos que pedem mais de Deus que viva "na fé do Filho de Deus" , ou seja, que aja de acordo com os princípios por Ele ensinados na cruz. Viver na fé é mais do que ir à Igreja, emocionar-se ao som de belas palavras. O cristianismo esta repleto de pessoas que falam de Deus. Deus precisa de pessoas que creiam nele, que lhe obedeçam, que sejam servas, que sejam úteis."

É tão claro, duro e desafiador que pode vir assustar a muitos, mas é uma densa e alarmante verdade. A que ponto temos levado declarações tão serias? Quantos tem as dito da "boca pra fora". Fazendo um Juízo obvio (o que é diferente de Julgar) nossos jovens tem "louvado" no período de cânticos e logo após saido do templo, para usufruir da igreja como uma espécie de clube social, enquanto nossos pastores falam para alguns poucos. Fica a pergunta: "Se cremos realmente que Deus é tudo que afirmamos ser, ate quando brincaremos de sermos seus servos? Quando é que esta geração começará a tratar Deus com a seriedade que Ele merece?"

Para terminar um clip do Petra, "Seen and not Heard" . O bom humor com que os integrantes do Petra gravaram esse clip só serve para reforçar a dura mensagem que ele tem a comunicar:

http://www.youtube.com/watch?v=LFs5GwZznwE

Vistos e não Ouvidos

Palavras e música por Bob Hartman

Baseado em Mateus 7:3,5, Jeremias 1:2, Mateus 5:16,

Muitas ovelhas negras na família
Muitas pedras para uma casa feita de vidro
Eles ouviram a história, eles leram as linhas
Mas a conversa é muito barata para mudar as suas mentes
Eles querem ver alguns sinais vitais

Convicções - do modo como vivemos
Convicções - não uma narrativa
Ações falam muito mais alto que palavras

(Coro)

Vistos e não ouvidos, Vistos e não ouvidos
Às vezes alguns filhos de Deus deveriam ser vistos e não ouvidos
É muita conversa e pouca ação
Às vezes alguns filhos de Deus deveriam ser vistos e não ouvidos

Reações atrasadas para hostilidade
Nos trazem a realidade
Por que quando nós respondemos em nossa defesa
Eles podem ver pela falsa pretensão
Eles querem ver alguma evidência

Compromisso -não mais álibis
Compromisso - não um acordo
Ações falam muito mais alto que palavras

Deixe sua luz brilhar em tudo que você faz
Que a sua vida seja sua resposta quando eles te indagarem
Não deixe sua boca começar a falar
Até que seus pés comecem a andar



_________________________
Referencias:
Dialogo e Ação: Revista do adolescente cristão. Ano LXXVI. n° 305. IT08. Edição do Professor.
Petra: Beyond Belief, 1990.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Translação versus Mudanças


Bem hoje são 02 de janeiro (pelo menos quando eu comecei a escrever eram dois de janeiro) e por isso penso que ainda cabe eu escrever algo relacionado ao famoso e aclamado "Reveillon". Acontece que a virada do ano para a grande maioria da população não passa de um fenômeno físico. Isso mesmo, o nosso planeta completa mais uma volta em torno do sol. Qual a novidade disso? Nenhuma. Ele faz isso de 365 em 365 dias, com pequenas variações, a uma quantidade épica de tempo.
O que estou tentando dizer é que a menos que tenhamos em nossas mentes um intuito de mudarmos certas coisas em nossas vidas, a passagem de um ano para outro não será nada mais que o fenômeno físico que eu simploriamente descrevi logo acima. Não haverá mudança efetiva alguma, além do seu calendário e do numero que você colada depois de "200_", ao menos que, você se decida por uma mudança.
Eu não creio no cristianismo "varinha de condão" que tem sido pregado por aí em nossos dias. Ninguém amadurece na fé da noite pro dia. Não existe um "encontro tremendo" que te fará uma rocha de fé imbativel em um fim de semana. Vida cristã é perseverança, e acima de tudo, vontade de mudar. Mudar obviamente para melhor, e para nós, o melhor deve ser andar, cada vez mais, de acordo com os ensinamentos deixados por Cristo. Mudando gradualmente e com perseverança Deus nos dará o privilegio de alcançar a maturidade da qual o Apóstolo Paulo tanto fala e que nos tanto desejamos.
Amigo leitor, eu sei do que preciso mudar, você sabe a respeito de si mesmo. Não deixemos que nosso ano novo seja apenas um velho e batido fenômeno físico, mas busquemos mudanças reais e sólidas que venham a ter um papel relevante em nossa longa jornada rumo a maturidade cristã.