domingo, 17 de agosto de 2008

O Dogma da Inexistência de Deus


Hoje durante a tarde estava lendo um texto do filósofo cristão William Lane Craig. O texto se encontra, muito bem traduzido, neste blog http://www.apologia.com.br/?p=79 . Dentre as muitas reflexões as quais o texto me guiou pretendo compartilhar com vocês a que, a meu ver, foi a mais importante:

"Apesar da existência de tantos argumentos filosóficos, históricos e até científicos a favor da existência de Deus, porque este assunto é tratado como um dogma em nossas academias?"

Aquilo pelo qual a academia tanto presa, que é a discussão, não é válido quando se trata da defesa da tese: "Deus existe." (Talvez porque esta tese atemorize o coração dos acadêmicos).

De fato devo admitir que em alguns setores acadêmicos essa discussão muitas vezes não é pertinente. Um curso como engenharia de alimentos dificilmente chegará a tal discussão. No entanto, praticamente todos os cursos de humanas, alguns de biológicas e o de física, cedo ou tarde, levarão seus alunos e professores a pertinentemente discutirem esse tema. Porém, na maioria esmagadora dos casos, a discussão será interrompida por um argumento "chulo" e totalmente anti-acadêmico, do tipo: "Crer em Deus é ilusório e infantil, prossigamos para um próximo assunto pertinente!" ou mesmo "Deus?!?! Isso é Dogma! Aqui não é lugar pra isso!"(Falo por experiência própria).
O amigo leitor não precisa ser nenhum especialista em "ordem do discurso" para perceber que o que esses alunos e professores estão fazendo não passa de uma inversão. O dogma existe sim, o dogma da inexistência de Deus.
A tese teísta (Deus Existe) não tem a mínima chance de ser defendida dentro de nossas universidades. Ao cursar história, filosofia, sociologia, física e tantos outros cursos, salvo raríssimas exceções, você será dogmaticamente obrigado a engolir as teses ateístas. O direito de discussão e liberdade de expressão dos quais o mundo acadêmico se orgulham, deixam de existir quando o assunto é o teísmo. Esta atitude, de reprimir alguém que tenta argumentar a favor de uma tese, é totalmente contrária a tudo que a academia prega. Porém, misteriosamente, a repressão toma o lugar da discussão quando o assunto é a tese teísta.
Infelizmente devo admitir que grande parte da culpa dessa dogmatização da inexistencia de Deus reside na incapacidade, quase que histórica, dos jovens cristãos universitários em defender sua fé com argumentos plausíveis e inteligentes. Escondidos na desculpa de que o evangelho se "prega pela fé" ignoram a orientação do apostolo Paulo que ensinou claramente que para ganhar pessoas para o Reino era necessário, muitas vezes, se fazer como elas, o que nada mais é que pregar da forma como as pessoas irão entender. Assim, a incapacidade crônica de defesa de sua fé, por parte dos próprios cristãos, engendrou, em partes, o preconceito acadêmico contra o argumento teísta. Porém é obvio que a grande parte da dogmatização da inexistência de Deus é decorrência da incessante tentativa de fuga do homem em relação ao próprio Deus.
Apesar de tudo isso, essa dogmatização pode ser contra-atacada, na medida em que os jovens cristãos comecem, progressivamente, a valorizar a chamada "teologia natural" , que é o ramo da teologia que prova a existência de Deus sem a utilização da escritura sagrada em si. Se cada vez mais o jovem cristão erguer sua mão em sala de aula para apresentar argumentos teístas concisos e bem estruturados ficará difícil para os ateus dominarem as universidades com seus dogmas.
Como mostra o texto que eu linkei no início deste post as universidades anglo-americanas estão caminhando rumo a uma grande vitória: o fim do dogma da inexistência de Deus.
É nosso papel conquistar essa vitória em nosso país. Se você é um cristão e pretende seguir carreira acadêmica, ou esta na universidade, este é um ministério que te conclama.
Ainda somos alvos da falácia que alardeia a "liberdade de discussão" na academia brasileira. Denuncie esta falácia e lute contra ela.


_______________________________________
Imagem:
O apostolo Paulo prega nas ruínas do areópago.
Giovani Pablo Pannini
1744
Oil on canvas, 64 x 83,5 cm
The Hermitage, St. Petersburg

Obs:, Clique na Imem pra vê-la em tamanho

2 comentários:

Anônimo disse...

Raul, é a Gabi, prima to Harry..(lembrado??).
Concordei demais com as suas palavras nesse artigo, eu realmente nunca tinha pensado dessa forma, em como ocorre essa inversão na qual o discurso acadêmico é que se torna o verdadeiro dogma.
Nós cristãos que estamos nas universidades temos que ficar atentos pra cada momento em que há abertura para o discurso teísta..é uma forma de colocar em evidência a palavra de Deus para aqueles estudantes e professores que já assumiram o ateísmo como seu próprio dogma.

Saudades
bjo!

Anônimo disse...

aê cara, sabias palavras! faço geografia na UFPE e sinto isso de alguns professores, principalmente dos bons. Mas na mente dos alunos corre esse mesmo pensamento. E suas palavras lembram Chesterton.
O increvel é timidez da galera crente da minha sala. muito fechada. Percebi uma fé sustenta na simples confirmação, e muito pouco na reflexão, deve ser por isso que se afastavam de muito debates ou comentarios, que faziam. como se eles fossem coapitados pelos arguementos.
um abraço!