domingo, 27 de abril de 2008

"Das antigas."


Eu sou das antigas
Em quase todos os aspectos
Há quem diga que em todos
Mas eu sou das antigas mesmo
Quando se trata do Reino de Deus
Eu sou das antigas
"Tiozão Batista" aos 21
Com muito orgulho!

Eu temo à Deus
Não creio que o templo seja santo
Mas creio que o templo foi santificado
A presença de Deus,
Essa sim é santa
E quando nos O invocamos
Eu me preocupo com o modo como é feto
Por que imagine só a responsabilidade
Trata-se do supremo Senhor do Universo
Penso que isso seja
Temer a Deus

Careta
Ultrapassado
Farisaico
Múmia
Anacrônico
Não me importa
Como você me taxa

Eu li umas instruções
NaquEle livro de capa preta
E são essas instruções
Que eu pretendo seguir



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Peço desculpas pela falta de métrica.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Em defesa da imaginação


Já pararam para pensar o quanto a imaginação é importante para o Cristianismo (sim, hoje eu comecei pela conclusão). Como teríamos nossos vislumbres do Paraíso ou mesmo dos seres celestiais se não tivéssemos imaginação? Penso que a imaginação é uma grande aliada da Fé, que segundo Apóstolo Paulo, é o firme fundamento nas coisas que não se vê. Não vimos os grandes milagres de Deus no passado, mas como é bom que Ele nos permita imagina-los. Sim, Ele nos permitiu! Deus nos fez capazes de imaginar! Logo a imaginação, assim como tudo, pode ser utilizada para o mal, mas não é má em sua essência!
Segundo um grande apologista da fé cristã, J.R.R. Tolkien, a imaginação é um direito humano, que glorifica a Deus na medida em que deixa transparecer com clareza a nossa capacidade co-criativa, ou seja, o privilegio que Deus nos deu de influenciar sua criação e ate participar dela, mesmo que de maneira derivativa (quando você tem um filho, você é um co-participante da criação, que privilegio não?).
É interessante notar que todos os mundos existentes em nossa imaginação, desde os mais complexos como a Terra Media, Narnia, Faerun e tantos outros (eu realmente poderia dar uma pagina e meia de exemplos ), não passam de simples derivações, misturas em maior ou menor grau de nossa realidade, que acabam por refletir, mesmo que de maneira épica, todos os nossos anseios. E por conseqüência refletem também vários de nossos problemas.
Para encerrar, quero frisar também que a imaginação além de ser uma grande aliada da fé e da leitura bíblica ainda glorifica a Deus de outras maneiras, como, por exemplo, quando tentamos imaginar um mundo novo, seja para escrever uma ficção, ou mesmo para jogar um RPG com os amigos e nos deparamos com a complexidade que é imaginar geografia, povos, culturas, raças, lugares ... enfim.. ao tentarmos criar mundos em nossa imaginação nos esbarramos em nossa pequenes diante de um Deus que além de projetar um Universo bem maior do que qualquer um de nós já ousou projetar na imaginação ainda tornou esse Universo completamente real.
Portanto, eu conclamo vocês leitores a Imaginar! Lutar contra essa "cultura" que coage o adulto a abandonar esse presente de Deus a medida que cresce, como se isso fosse algum sinal de maturidade. Na minha opinião, quem abandona o habito de imaginar esta na verdade cometendo um ato bem infantil, por que acredita que se tornar adulto é uma questão de deixar hábitos e não uma questão de adquirir hábitos.
Não estou incentivando ninguém a tentar entrar no próprio guarda-roupas, mas espero que os argumentos sirvam para aqueles que, como eu, pretendem continuar usando e abusando da imaginação enquanto tiverem vida. Abraços!

Ps1:. Pesquisas científicas comprovam que pessoas que exercitam a imaginação são mais inteligentes.

domingo, 6 de abril de 2008

Sobre Peras




“Eu, miserável, o que foi que amei em ti, furto meu, noturno delito dos meus dezesseis anos? Não eras belo, pois eras roubo! Mas, realmente és alguma coisa, para que eu possa dirigir-me a ti? As pêras que roubamos, sim, eram belas por serem criaturas tuas, ó Bom Deus, criador de toda beleza, sumo bem e meu verdadeiro bem! Sim, eram belas aquelas frutas, mas não era a elas que minha alma infeliz cobiçava; eu as possuía em abundância e melhores. Eu as colhi somente para roubar, e uma vez colhidas, atire-as fora para saciar-me apenas com a minha maldade, saboreada com alegria. Se alguma tocou meus lábios, foi o meu crime que me deu sabor”. (Conf. II, 6, 12)

Na minha opinião, esse é o trecho mais interessante das Confissões de St. Agostinho. Simplesmente por que eu me identifico completamente com ele. Quando mais novo tinha a impressão de que só eu sofria com essa situação. Fiquei feliz, e espantado ao mesmo tempo, quando descobri que um homem no norte da África, séculos anteriormente a mim, tinha sentido a mesma sensação.
Não havia motivo algum para que Agostinho roubasse aquelas peras. Ele tinha uma vida excelente para os padrões de sua época; como ele mesmo nos diz no jardim de seu pai haviam peras bem melhores do que aquelas. Agostinho chega então a um ponto no qual ele foi um verdadeiro mestre: o de confessar. Ele confessa, primeiramente diante de Deus, e depois, diante de nós, que roubou aquelas peras simplesmente pelo prazer de fazer o que era errado.
Como é triste, pelo menos pra mim, ter de me encarar várias vezes e refletir a respeito de por que fiz certas coisas. Triste por que ao final tenho que confessar que fiz apenas pelo prazer de fazer o errado. Porém, o prazer de fazer o errado é momentâneo e falso, ele logo se esvai juntamente com a atitude errada e deixa no lugar apenas um sentimento de culpa angustiante que castiga nossas consciências.
E aí que devemos aprender com Agostinho. Temos de confessar diante de Deus que nos arrependemos das peras que roubamos e se possível usar esse arrependimento para edificar os que caminham conosco. Como é incrível imaginar que a confissão e o arrependimento de um homem que viveu no século III d.C. pudesse me edificar hoje em pleno século XXI!
Como é difícil ter de conviver com nosso velho homem.. ele sempre nos leva a fazer coisas que não queríamos fazer. Precisamos constantemente estarmos em oração; para que o velho homem não nos leve mais e mais vezes a sentir aquela mesma sensação...

E, como não poderia deixar de ser... tem uma música do Petra


As Peras de Santo Agostinho

Uma noite passada eu ouvi uma batida na porta.
Os garotos estavam caindo na farra.
Eu era apenas outro garoto adolescente entediado
Provocando e agindo como palhaço...yeah!

Um desafio levou a outro desafio.
Então as coisas estavam saindo de controle.
Nós pulamos a cerca e nós roubamos as pêras.
Eu joguei fora uma parte da minha alma,
Sim eu desperdicei uma parte da minha alma

(Agora isto...)
Assombra-me como eu roubei aquelas pêras.
Porque eu amava o errado.
Muito embora eu conhecesse a maneira melhor.
Não por fome ou pobreza.
Foi mais do que pêras que eu acabei desperdiçando... Yeah!

O tempo passa agora eu sou velho e grisalho.
Aquelas pêras são apenas uma memória.
Eu alegremente pagaria tudo o que tenho hoje.
Mas isto apenas não é o problema que você vê.

(Porque isto...)
Assombra-me como eu roubei aquelas pêras.
Porque eu amava o errado.
Muito embora eu conhecesse a maneira melhor.
Não por fome ou pobreza.
Foi mais do que pêras que eu acabei desperdiçando... Yeah!

Por que nós amamos todas as coisas que são erradas?
O fruto proibido tem uma estranha e fascinante canção.
Por que nós fazemos o que nós não queremos fazer?
Pois vivemos com remorsos a nossa vida inteira.

E eu nem mesmo gosto de pêras tanto assim...