sábado, 14 de janeiro de 2012

A “onda” do “Neo” – considerações sobre neo-ateísmo e neo-cristianismo



A nova “onda” do “Neo” consiste em um amálgama de irresponsabilidade e falta de compromisso; duas coisas que estão visivelmente espalhadas pela sociedade e que mais hora menos hora iriam atingir também a religião e as ideologias em geral. Assim sendo surgem os “neo-marxistas”, sem nenhum compromisso com a revolução proletária, os “neo-cheguevaristas”, que não dariam um tiro se quer pela libertação de um país estrangeiro entre outros tipos excêntricos fruto do fenômeno “Neo”. Apesar da existência de diversos tipos de “contradições ambulantes” em nosso tempo, chama a atenção deste ensaio hoje o “neo-ateísmo” e o “neo-cristianismo”.

O neo-ateísmo é um típico fruto de seu tempo, como todos os outros “neo”. Ele é o ateísmo que não quer –se esquiva abertamente – de encarar as consequências de suas próprias escolhas filosóficas.

Neo-ateus querem o mundo sem Deus e sem nenhuma interferência da religião, mas ao mesmo tempo querem a existência de valores morais objetivos e democracia plena!

De forma muito interessante, o cristianismo está indo “pela mesma onda” e já se vê comumente um neo-cristianismo, de mesma configuração do neo-ateísmo, ou seja, pessoas que assumem uma postura para com a qual não tem nenhum compromisso de ônus. Trocando em miúdos eu pego o que me interessa e, como se diz no nordeste “lasque-se”, as implicações. Ora, as implicações de nossas afirmações devem nos preocupar tanto quanto as próprias afirmações.

Os neo-cristãos tem em suas fileiras pessoas que afirmam um mundo onde Deus existe e é um ser pessoal, no entanto este ser pessoal nada exige – ele só abençoa e aparece nas horas difíceis, estando tudo bem, ele fica vagando por algum lugar de “Alfa-centauro 9”.

Assim, neo-ateus e neo-cristãos caminham em suas bolhas de ignorância assumindo posições a respeito das quais, e para com as quais, não podem, ou simplesmente não tem interesse de lidar ou assumirem qualquer tipo de responsabilidade.

Ambos tapam seus ouvidos para seus próprios clássicos e estabelecem seus posicionamentos filosóficos sem prestar atenção alguma ao “estado da obra”. Seguem então os neo-ateus “de internet” ignorando as consequências filosóficas do ateísmo, tão bem já descritas e explanadas por Sartre, Nietzsche, Camus, entre outros, e os neo-cristãos “da teologia da prosperidade” ignorando as exigências morais e consequências filosóficas do monoteísmo cristão, tão bem já descritas por Paulo, Pedro, João e pelo próprio Jesus.

Nenhum comentário: