segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poderosos nas Escrituras – bases bíblicas para uma apologética cristã eficiente


No mundo pós-moderno os ataques a existência de Deus e à Bíblia são constantes. Neste contexto a apologética cristã deve se levantar com uma força que nunca tivera anteriormente. E nada melhor para isso do que embasamento bíblico.

Devemos nos lembrar sempre de que defender a fé não é uma opção para o crente mas um mandamento bíblico expresso nas palavras do apóstolo Pedro:

“antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder (no original grego apologia) a todo aquele que vos pedir razão (no original grego lógon) da esperança que há em vós.” 1Pe. 3:15

- Então, se a defesa da fé cristã é um imperativo para o cristão como fazer isso?!


Para nossa alegria existe um exemplo bíblico: A vida de Apolo.

Atos 18: 24-28

24.Ora, chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso nas Escrituras.

25.Era ele instruído no caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, conhecendo entretanto somente o batismo de João.

26.Ele começou a falar ousadamente na sinagoga: mas quando Priscila e Áquila o ouviram, levaram-no consigo e lhe expuseram com mais precisão o caminho de Deus.

27.Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.

28.Pois com grande poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo.

1° Para darmos ao mundo a Razão de nossa esperança Devemos nos tornar eloquentes.

O termo usado por Lucas no original é lógios um derivado da própria ideia de verbo. O Cristão ao defender sua fé deve procurar ser habilidoso ao falar. Deve concatenar bem suas ideias.

Não estou falando aqui que você deve ler um dicionário e falar o máximo de palavras difíceis que você conseguir. É justamente o contrário! A ideia aqui é se fazer entender, o máximo possível.

O crente eloquente entre um povo indígena, por exemplo, é aquele que falará nos termos que o índios conseguirão entender.

2° Devemos ser poderosos nas Escrituras

Imaginem vocês o grau de conhecimento de Apolo, o médico e historiador Lucas o descreve como “Poderoso (dunatòs) nas escrituras”!

Como defenderemos aquilo que acreditamos se nem nós mesmos sabemos em que acreditamos?

Todo cristão deve fazer tudo o que está ao seu alcance para se tornar Poderoso nas Escrituras.

Em nossos dias passamos horas estudando para vestibulares, concursos e em nossos cursos universitários. Tenho visto muitos crentes que são poderosos em suas áreas do conhecimento, exímios profissionais, respeitadíssimos em suas áreas. No entanto tem sido fracos nas Escrituras Sagradas.

Os recursos estão aí irmãos! Internet, bons livros de teologia ao alcance de um financiamento (achamos super normal um irmão financiar uma TV em 12X mas se ouvimos falar de um irmão que financiou uma Bíblia comentada versículo por versículo em 6X ficamos abismados!). E é claro, não poderia deixar de citar, a Escola Bíblica Dominical.

Muitas vezes o que temos ouvido é: “Minha teologia é joelho no chão!!”. Infelizmente temos visto crentes que fazem questão de desprezar teologia e estudos sistemáticos da bíblia.

3° Devemos ser instruídos no caminho do Senhor

Apolo era natural de Alexandria, cidade que tinha a maior e mais completa biblioteca do mundo em sua época. No entanto, Apolo era instruído no caminho do Senhor. Não é uma afirmação textual, mas é um hipótese bastante plausível que Apolo também fosse instruído em diversos tipos de conhecimento, porém este conhecimento servia o caminho do Senhor.

4° Devemos ser Fervorosos de espírito

De que adiantaria um crente ser pós-doutor em teologia e filosofia pela Universidade de Oxford se ao pregar ele falasse com voz enfadonha e desanimado?!

De fato, há muitos homens grandemente instruídos na palavra de Deus mas que, infelizmente, muitas vezes por não observarem princípios simples, perderam todo fervor de espírito e com ele a autoridade para pregar a palavra de Deus.

Porém, por mais que sejamos eloquentes, poderosos nas Escrituras, instruídos no caminho do Senhor e fervorosos de espírito nada disso adiantaria se não aprendêssemos a 5° lição de Apolo...

5° Devemos ser Humildes e estarmos sempre pronto a aprender

Apesar de ser poderoso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor e fervoroso de espírito Apolo estava aberto a aprender!

Leitores vejam que coisa maravilhosa: Priscila e Áquila, dois fabricantes de tendas, pessoas simples e sem instrução acadêmica alguma, chamam Apolo em separado e o instruem mais precisamente acerca das coisas do caminho.

Fico imaginando que exercício de humildade nos mostrou Apolo! Se trazermos para os dias de hoje é como se dois fabricantes de toldos chegassem a um professor de Universidade Federal e dissessem “Venha aqui conosco amigo, tem algumas coisas que você ainda não sabe e nós vamos te ensinar”.

Apolo era acima de tudo homem humilde e obtera tamanho conhecimento justamente por estar sempre disposto a aprender não desprezando ninguém por ser mais humilde ou menos instruído.

O bom apologeta da fé cristã deve, a exemplo de Apolo, estar sempre pronto a aprender com outros cristãos, por mais que ele se esmere em estudar as escrituras e possua titulações.

6° Devemos falar ousadamente

Lucas nos conta que Apolo falava do evangelho com ousadia. E o mais interessante é perceber em qual local Apolo pregava com ousadia, ele fazia isto nas sinagogas (templos judáicos). Exatamente onde o evangelho era mais hostilizado! Fazendo um paralelo com nossos dias é como se Apolo pregasse o evangelho no meio de uma Universidade, num ambiente de trabalho onde a maioria é hostil ou em uma casa onde a maioria das pessoas confessa uma fé não cristã.

É nestes lugares que o exemplo de Apolo nos constrange a pregar o evangelho ousadamente.


7° Devemos Refutar poderosamente e publicamente doutrinas erradas, mostrando sempre que Jesus é o Cristo.

Voltemos ao verso 28: “Pois com grande poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo.”

Tenho visto em nossos dias uma ética duvidosa se espalhando por nossas igrejas. Nessa ética denunciar falsas doutrinas é errado pois pode “machucar certas pessoas” ou fazer com que nos vejam como “chatos”, “intolerantes” e mais uma série de outras alegações.

No entanto, a prática que eu vejo na bíblia meu caro leitor, é totalmente diferente. Eu vejo Apolo com grande poder e publicamente refutando os judeus.

Julguem por vocês mesmos: Se Apolo estivesse preocupado com seu status social ele refutaria publica e poderosamente os judeus?!

Lembre-se, Apolo era judeu! Pela causa da pregação do evangelho ele estava indo contra o seu próprio povo.

O apostolo Paulo escrevendo aos Gálatas no capítulo 1 versículo 10 diz o seguinte:

“Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.”

Apolo buscava o favor de Deus, não se importando com o que os homens pensariam dele. É interessante pensarmos que pelo amor aos homens perdidos devemos deixar de lado o que eles pensarão de nós!

Infelizmente, muitas vezes temos deixado as pessoas em nossa volta crerem nas coisas mais absurdas simplesmente porque não queremos nos indispor com elas.

A quem estamos querendo agradar?! Apolo, com certeza, com suas atitudes agradou a Deus.

Conclusão

Uma defesa da fé cristã, ou seja uma apologética, eficiente é feita com vida devocional no estudo sistemático e aplicável da palavra de Deus.

Devemos, a exemplo, de Apolo ser:

1 – Eloquentes;

2- Poderosos nas Escrituras;

3 – Instruídos no Caminho do Senhor;

4 – Fervorosos de Espírito;

5 – Humildes e sempre prontos a aprender;

6 – Ousados ao Falar das coisas de Deus;

7 –Refutadores públicos das falsas doutrinas.

Que possamos seguir o exemplo de Apolo!

Obrigado por lerem!

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Imagem da Postagem: São Apolo - estilo bizantino

domingo, 1 de maio de 2011

"É o cristianismo uma reinterpretação da filosofia grega?"


Laís Machado de Almeida, acadêmica do curso de Arquitetura da UnB Pergunta:

"Raul, estou tendo uma matéria chamada estética, que é uma matéria de filosofia. Meu professor, toda aula, dá um jeito de falar que o cristianismo é uma invenção baseada em Platão e outros tantos, que a fé é ilógica e que a bíblia é mentirosa. Segundo ele, pra fazer a matéria nós temos que entrar com a mente aberta, deixando de fora os preconceitos da religião.
Mas enfim, eu estou tranquila, e não pretendo discutir com ele, porque não vai dar em nada. Mesmo porque muitos dos argumentos dele são bobos, e muitas das críticas são voltadas para práticas da igreja católica, que eu não concordo também.
O objetivo desse e-mail então, é saber o que você acha que eu devo fazer quanto a esse professor e como que eu posso usar isso para dar testemunho, e te pergunto: o que você tem a dizer sobre essas teorias de o Cristianismo ser uma consequencia e interpretação do platonismo?"

Resposta:

Oi Laís, obrigada por escrever para o Argumentações Brejeiras!

Essa história do cristianismo ser uma interpretação do platonismo não passa de uma confusão. A Patrística, movimento iniciado no século III d.C. por teólogos da Igreja Católica, é que buscou uma conciliação entre a filosofia grega e o cristianismo. Ou seja, essa conciliação não foi buscada pelo cristianismo primitivo, foi algo bem posterior à ele.
Nós não temos nenhuma evidência histórica para afirmar que Paulo foi influenciado por Platão quanto mais para afirmarmos que Jesus tenha sido influenciado por Platão!

Seu professor comete uma confusão muito comum entre os críticos desavisados do cristianismo: não saber diferenciar cristianismo primitivo de catolicismo e este por sua vez de outras formas de cristianismo.

A patrística conciliou os clássicos gregos com o cristianismo e de fato em alguns pontos há semelhanças sim (mas isso pode ser facilmente explanado via "Fator Melquisedeque"). O que importa é que não há NENHUMA evidência para um Jesus Cristo com um pergaminho de Platão debaixo do braço. Os livros citados por Jesus são os Salmos e os Profetas! Nós sabemos que o fundador do Cristianismo é Jesus e não Paulo, Pedro ou qualquer um dos apóstolos (em outro post falarei sobre esse argumento de que o cristianismo teria sido fundado por Paulo ou Pedro).
Porém, mesmo que se admitíssemos, de forma hipotética, que Paulo ou Pedro fossem os fundadores do cristianismo, ambos os apóstolos conciliaram a mensagem de Jesus com o Antigo Testamento e não com platonismo!

O cristianismo deve muito sim a língua grega e a seus conceitos (um exemplo é palavra logos), mas, os ideais de vida pregados pela filosofia grega passam muito distantes dos ideais de vida pregados pelo cristianismo.
As pequenas semelhanças entre as cosmovisões cristã e platônica não provam que uma tenha influenciado a outra! O que prova que uma cosmovisão influenciou outra é o contato direto de seus praticantes com suas ideias e ensinamentos. Quanto a isso, mais uma vez repito, não há evidência para o contato de Jesus Cristo com platonismo e nem com filosofia grega nenhuma. O método histórico é muito simples nesse ponto. Jesus citou algum trecho de Platão? Não. Jesus desenvolveu algum conceito de Platão em suas pregações? Não. Em algum momento algum discípulo ou evangelista afirma que Jesus conhecia a obra de Platão? Não. Daí segue que dizer que Jesus tinha alguma influencia platônica é "achismo". Pode parecer argumentação Argumentum ad Verecundiam (dizer que um argumento é válido por que alguém inteligente ou importante acredita nele) então fica aí só por valor anedótico mesmo:

Certa vez, em um congresso de história e letras que eu fui, os especialistas em história antiga estavam dando risadas de uma moça que tinha dito, em sua apresentação, que “era quase certeza que Paulo e Pedro tinham lido os escritos de Platão”. Ou seja, nenhum especialista em antiguidade clássica sério acredita em uma sandice dessas.

A argumentação do seu professor pode ser enquadrada também no que chamamos de "falácia genética". Essa falácia consiste em querer invalidar um argumento por afirmar saber sua origem. Em uma exemplo rápido e fácil é a mesma coisa de dizer que a afirmação "O céu é azul" é falsa só por que um mentiroso clássico a está dizendo. Assim, seu professor quer demonstrar que a o cristianismo é uma mentira por que ele sabe que ele é uma interpretação da filosofia de Platão. Aí a pergunta que nós fazemos é: "E daí?". Admitamos, hipoteticamente, que o cristianismo fosse uma reinterpretação da filosofia de Platão, no que isso prova que ele é falso? Resposta certa: em nada.

Agora saindo do campo histórico e filosófico e indo para o campo teológico:

Nós, que cremos que Jesus Cristo é Deus encarnado, sabemos que por sua Onisciência Ele sempre soube de tudo o que se passou no intelecto de Platão. Dentro de nossa cosmovisão sabemos que se Platão disse algo semelhante ao cristianismo foi por ter uma noção extremamente desenvolvida da Revelação Natural.

No livro de Atos nós encontramos justamente o contrário do que seu professor afirma. Vemos um dos principais líderes do Cristianismo primitivo, a saber, Paulo, discutindo veementemente com os filósofos gregos! Como poderia Paulo estar apresentando uma mensagem que era assim tão parecida com a de Platão? Ele estava sendo fortemente refutado pelos gregos no Areópago. Se Paulo estivesse pregando uma mensagem platônica provavelmente a aceitação entre os gregos seria muito maior.

Veja o texto de Atos 17:

16. E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
17. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
18. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.
19. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
20. Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto
21. (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).
22. E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;
23. Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
24. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
25. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
26. E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
27. Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;
28. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
29. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
30. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
31. Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
32. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
33. E assim Paulo saiu do meio deles.
34. Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.

Há muita argumentação de que o cristianismo tenha sido influenciado pelo Estoicismo. Há de fato alguns pontos onde possa haver alguma lembrança, porém, o que vemos aqui são estóicos atenienses (filosofia estóica que inclusive tinham influencias do platonismo) classificando a mensagem de Paulo como uma doutrina completamente nova e desconhecida! Os cidadãos atenienses como o próprio texto afirma, e são de amplo conhecimento histórico, passavam grande parte de seu tempo discutindo filosofia na praça pública da cidade. Fica então o questionamento: Poderiam esses homens, que conheciam e estudavam a filosofia de Zenão (fundador do estoicismo) diariamente, passar sem perceberem uma pretensa semelhança entre o discurso paulino e a filosofia que praticavam? Creio que não. O fato é que a mensagem que Paulo estava anunciando era completamente nova para eles. A maioria deles escarneceu de Paulo, outros disseram que o ouviriam outro dia, como se quisessem refletir um pouco sobre o assunto e apenas alguns se achegaram e creram naquilo que o apóstolo pregou.
Sendo assim, Paulo esteve pregando o Cristianismo na cidade sede da escola fundada por Platão e sua mensagem foi rejeitada pela maioria dos ouvintes.

Fechando e resumindo, creio que em âmbitos gerais, seu professor comete os seguintes erros:
1. Confusão entre cristianismo primitivo e patrística.
2. Falácia Genética.

Sobre o que você deve fazer acho certa sua atitude de não discutir com seu professor. Seria completamente desigual e desonesto com você. Ele tem autoridade sobre o uso da palavra, pode te colocar para fora da sala e pode até mesmo te reprovar, principalmente se você demonstrar tão claramente a falácia que ele está usando. Então exerça a paciência e em outras oportunidades apresente esses argumentos a seus colegas mais próximos que estejam com a mesma "cabeça aberta" que seu professor exige de vocês mas, que, ao que parece, está longe de ter.

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Imagem do Post: Apóstolo Paulo prega aos Areopagítas